A dor na relação sexual, é uma condição que afeta muitas mulheres em todo o mundo. Essa condição pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, afetando tanto o bem-estar físico quanto emocional.
DOR NA RELAÇAO SEXUAL.
Definida como dor persistente ou recorrente durante a relação sexual. A dor pode ocorrer antes, durante ou após a penetração e pode variar de leve a intensa. Embora possa afetar mulheres de todas as idades, a dispareunia é mais comumente relatada em mulheres na fase final da vida reprodutiva (Peri menopausa e pós menopausa).
Quem é a Dra Marina Rojas?
Experiencia.
- Ginecologista com mais de 10 anos de experiência
- Membro da FEBRASGO
- Membro do corpo clínico do Hospital FAMILYCapacitação, módulo teórico-prático de inserção Implante Hormonal Subdérmico
- CURSO SOBRE SANGRADO UTERINO ANORMAL (SUA) COM ÊNFASE NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. Realizado no Hospital das Clinicas.
- Pós Graduação Lato-sensu em SEXUALIDADE HUMANA, no período do 17/08/23 – 16/06/24, pela Instituição de ensino CETRUS.
A Dra. Marina, Ginecologista e Sexóloga, possui experiência no manejo da dor na relação sexual, aborda cada caso com empatia e humanização. Com uma compreensão profunda das causas físicas e emocionais que podem estar envolvidas, ela oferece um atendimento personalizado, buscando sempre proporcionar alívio e qualidade de vida às suas pacientes.
Os depoimentos positivos que recebe são um reflexo de sua dedicação e sensibilidade. Suas pacientes frequentemente destacam o acolhimento que encontram em suas consultas, onde são ouvidas e tratadas com respeito e cuidado. A Dra. Marina entende a importância de criar um ambiente seguro e confortável, onde as mulheres podem expressar suas preocupações sem constrangimento, sabendo que receberão o apoio e o tratamento necessários para uma vida sexual saudável e plena.
Alguns depoimentos das pacientes
Classificação da Dor na relação sexual:
- Superficial: A dor é sentida na entrada da vagina ou nos lábios vaginais durante a penetração inicial.
- Profunda: A dor ocorre mais profundamente dentro da vagina durante a penetração ou em certas posições sexuais.
- Generalizada: A dor ocorre em qualquer parte da área genital durante a relação sexual.
Estatísticas e Dados Relevantes
- Prevalência Global:
- Estudos indicam que entre 10% e 20% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo experimentam dor na relação sexual em algum momento de suas vidas.
- Estatísticas no Brasil:
- De acordo com dados estadísticos pela sociedade brasileira de ginecologia e obstetrícia (FEBRASGO), cerca de 15% das mulheres brasileiras relatam dor durante a relação sexual, com uma prevalência maior em mulheres na fase final da fase reprodutiva (menopausa).
- A dor na relação sexual é mais comum em mulheres que têm histórico de infecções vaginais recorrentes, condições em que o tecido do útero se espalha para outras partes do corpo, causando dor (chamado de endometriose) ou outros distúrbios ginecológicos.
- Impacto Psicológico e Social:
- Mulheres que sofrem de dor na relação sexual muitas vezes enfrentam dificuldades em seus relacionamentos, ansiedade e depressão. Tal condição pode levar à evitar a relação sexual e ao desgaste da intimidade conjugal.
Causas de Dor na Relação Sexual.
A dor na relação sexual pode ser causada por uma ampla gama de fatores físicos e emocionais. Algumas das causas mais comuns incluem:
- Causas Físicas
- Causas Emocionais e Psicológicas
Principais Causas Físicas da Dispareunia
1. Infecções Vaginais e Pélvicas
- Infecção vaginal por fungos (Candidíase): Uma das infecções mais comuns. Os sintomas incluem coceira intensa, corrimento branco e espesso, além de dor durante a relação sexual devido à irritação e inflamação da mucosa vaginal.
- Infecção vaginal causada por um desequilíbrio de bactérias (Vaginose Bacteriana): Levando a um corrimento com odor desagradável (peixe podre) e dor durante a relação sexual.
- Doença Inflamatória Pélvica: Uma infecção dos órgãos reprodutivos superiores, como útero, trompas de falópio e ovários, causada por doenças sexualmente transmissíveis como clamídia e gonorreia. A inflamação resultante pode levar à formação de cicatrizes e aderências, causando dor profunda durante a penetração.
- Cicatrizes Cirúrgicas ou Lesões: Cicatrizes resultantes de cirurgias ginecológicas ou lesões traumáticas podem contribuir para a dispareunia.
2. Secura Vaginal
- No fim da fase reprodutiva (menopausa e peri menopusa) A diminuição dos níveis de estrogênio podem causar secura vaginal, tornando o tecido vaginal mais fino e menos elástico, o que resulta em dor durante a penetração.
- Amamentação: A lactação também reduz os níveis de hormônios femininos responsáveis da regulação hormonal, contribuindo para a secura vaginal em mulheres que estão amamentando.
3. Condições em que o tecido do útero se espalha para outras partes do corpo (Endometriose)
- Definição: Ocorre quando o tecido que normalmente reveste o interior do útero cresce fora dele, geralmente nos ovários, trompas de falópio e outras áreas da pelve.
- Sintomas: Pode causar dor intensa durante a penetração profunda, especialmente em certas posições, bem como dor pélvica crônica, menstruações dolorosas e dificuldade de engravidar.
4. Contração involuntária da musculatura da vagina (Vaginismo)
- Definição: Condição em que há contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico durante a tentativa de penetração, tornando a penetração difícil ou impossível e causando dor intensa.
- Causas: Pode ser desencadeado por fatores psicológicos, mas também pode ter causas físicas, como infecções ou trauma.
5. Ressecamento e afinamento da parede da vagina (Atrofia Vaginal)
- Definição: Afinamento, secura e inflamação das paredes vaginais devido à redução de hormônios femininos. Isso é comum em mulheres na menopausa e pode causar dor durante o sexo.
- Sintomas: Além da dor na relação sexual, os sintomas incluem coceira, queimação e sangramento leve após o sexo.
6. Cistos Ovarianos
- Definição: Cistos ovarianos são bolsas cheias de líquido que se desenvolvem nos ovários. Embora muitas vezes sejam assintomáticos, cistos grandes ou rompidos podem causar dor pélvica aguda e dor durante a penetração profunda.
- Diagnóstico: O diagnóstico é geralmente feito por meio de ultrassonografia pélvica.
7. Alterações do tecido da pele da região intima.
- Definição: Condição dermatológica crônica que afeta a pele da vulva, causando manchas brancas, afinamento da pele e dor.
- Sintomas: Além da dor durante a relação sexual, pode causar coceira intensa, desconforto e cicatrização da pele.
8. Síndrome da Dor na bexiga
- Definição: Condição crônica que causa dor na bexiga e na pelve, frequentemente associada à dor durante o sexo.
- Sintomas: necessidade intensa e súbita de urinar, dor pélvica crônica e desconforto durante a relação sexual.
9. Exteriorização dos Órgãos Pélvicos
- Deslocamento de Órgãos: Ocorre quando os órgãos pélvicos, como a bexiga, útero ou reto, se deslocam de sua posição normal e pressionam a parede vaginal. Isso pode causar desconforto e dor durante a relação sexual.
Diagnóstico de causas físicas da dor na relação sexual:
O diagnóstico envolve uma avaliação abrangente que pode incluir:
- Histórico Clínico:
- Entrevista Detalhada: O médico irá explorar o histórico sexual, ginecológico e emocional da paciente, bem como qualquer sintoma associado, como secura vaginal, infecções ou trauma emocional.
- Questionários Específicos: Ferramentas de avaliação podem ser utilizadas para entender melhor a natureza e a gravidade da dor.
- Exame Físico:
- Exame Pélvico: Um exame físico pode ajudar a identificar anormalidades anatômicas, infecções ou outras condições médicas que possam estar contribuindo para a dor.
- Teste de Sensibilidade: O médico pode realizar testes de sensibilidade para determinar a localização específica da dor.
- Exames Complementares:
- Ultrassonografia Pélvica: Para verificar a presença de condições em que o tecido do útero se espalha para outras partes do corpo, causando dor, ou cistos ovarianos.
- Cultura Vaginal: Para detectar infecções que possam estar causando dor.
Tratamento das Causas Físicas da Dispareunia
O tratamento da dor na relação sexual causada por fatores físicos depende da causa subjacente:
- Terapias Hormonais: O uso de hormônios femininos tópicos pode ser eficaz no tratamento da secura vaginal em mulheres na pós-menopausa.
- Antibióticos e Antifúngicos: São usados para tratar infecções vaginais para fungos e bactérias.
- Cirurgia: Em casos graves de tecido do útero espalhados para outras partes do corpo ou cistos ovarianos, a cirurgia pode ser necessária para remover-los.
- Lubrificantes Vaginais: O uso de lubrificantes à base de água ou silicone pode ajudar a aliviar a dor associada à secura vaginal.
- Fisioterapia do Assoalho Pélvico: É indicada para tratar condições como contrações involuntárias da musculatura da vagina e fortalecer os músculos pélvicos.
Principais Causas Psicológicas e Emocionais da Dispareunia
1. Ansiedade e Estresse
- Ansiedade Relacionada ao Sexo: A ansiedade específica sobre o ato sexual, incluindo preocupações com desempenho, medo de dor, ou experiências sexuais anteriores negativas, pode causar tensão muscular, especialmente nos músculos do assoalho pélvico, resultando em dor durante a relação sexual.
- Estresse Geral: O estresse relacionado ao trabalho, vida pessoal ou outras preocupações pode se manifestar fisicamente, exacerbando a sensibilidade à dor e contribuindo para a dor na relação sexual.
- Medo do Desempenho Sexual: Preocupações com a performance sexual, seja por experiências passadas de dor ou medo de decepcionar o parceiro, podem criar um ciclo de estresse que agrava a dispareunia.
2. Depressão
- Impacto da Depressão: A depressão pode levar à diminuição do desejo sexual, falta de excitação e lubrificação inadequada, fatores que podem contribuir para a dor durante a relação sexual.
- Sintomas Associados: Além da dor na relação sexual, a depressão pode causar fadiga, isolamento social e perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, incluindo o sexo.
- Alterações na Percepção da Dor: A depressão pode alterar a percepção da dor, tornando-a mais intensa ou difícil de manejar durante a relação sexual.
3. Traumas e Experiências Passadas
- Abuso Sexual: Mulheres que foram vítimas de abuso sexual ou agressão podem desenvolver dor na relação sexual como uma resposta psicológica ao trauma. A penetração pode desencadear lembranças traumáticas, levando a tensão muscular e dor intensa.
- Experiências Sexuais Dolorosas: Mesmo experiências não traumáticas que envolveram dor ou desconforto podem criar um ciclo de antecipação da dor, onde a expectativa de dor leva à tensão muscular e mais dor durante o sexo.
- Transtorno de Estresse Pós-Traumático: Especialmente em casos de abuso sexual, pode levar à evitação do sexo e à dor durante tentativas de relação sexual.
4. Problemas de Relacionamento
- Conflitos Conjugais: Conflitos não resolvidos, falta de comunicação ou problemas de intimidade no relacionamento podem contribuir para a dor na relação sexual. O sexo pode se tornar uma fonte de tensão em vez de prazer, resultando em dor física durante a relação.
- Falta de Intimidade Emocional: A desconexão emocional com o parceiro pode levar à diminuição do desejo sexual e ao desenvolvimento de dispareunia. Sentimentos de insegurança ou desconfiança também podem ser fatores contribuintes.
5. Medo e Culpa
- Medo de Gravidez ou transmissão de infecções transmissíveis: Podem causar ansiedade significativa durante o sexo, resultando em dor na relação sexual. Esse medo pode ser especialmente comum em mulheres que não estão usando contraceptivos ou que têm uma história de gravidez indesejada ou infeção transmissível.
- Culpa Relacionada ao Sexo: Sentimentos de culpa associados ao sexo, muitas vezes resultantes de crenças culturais, religiosas ou pessoais, podem levar à tensão e dor durante a relação sexual.
6. Expectativas Irrealistas
- Mídia e Cultura: A exposição a padrões de beleza irrealistas e a idealizações da sexualidade na mídia pode criar expectativas inalcançáveis sobre o corpo e o desempenho sexual. Quando essas expectativas não são atendidas, pode surgir ansiedade, levando à dor a relação sexual.
- Pressão Social: A pressão para atender às expectativas sexuais de um parceiro, amigos ou sociedade em geral pode levar a uma experiência sexual insatisfatória e dolorosa.
- Educação Sexual Inadequada: A falta de conhecimento sobre o próprio corpo e a sexualidade pode resultar em medo e desconforto, aumentando o risco de dor na relação sexual.
7. Imagem Corporal Negativa
- Baixa Autoestima: Preocupações com a aparência física e insegurança sobre o próprio corpo podem interferir na capacidade de relaxar durante o sexo, resultando em dor.
- Distúrbios Alimentares: Condições que causam baixo peso estremo podem afetar negativamente a saúde reprodutiva e sexual, exacerbando a dispareunia.
Diagnóstico das Causas Psicológicas e Emocionais da Dispareunia
O diagnóstico das causas psicológicas e emocionais de dor na relação sexual requer uma abordagem cuidadosa e sensível:
- Entrevista Psicológica: Uma avaliação psicológica detalhada é essencial para identificar traumas, ansiedade, depressão e outros fatores emocionais que possam estar contribuindo para a dor na relação sexual.
- Testes Psicológicos: Ferramentas de avaliação podem ser utilizadas para detectar níveis de ansiedade, depressão e outros fatores emocionais que podem contribuir para a dor.
- Avaliação Multidisciplinar: A colaboração entre ginecologistas, psicólogos e terapeutas sexuais é muitas vezes necessária para um diagnóstico completo e preciso.
- Exame Físico Completo: Para descartar causas físicas da dor e fornecer uma compreensão mais ampla das possíveis origens da dispareunia.
- História Sexual e Relacional: Entender o contexto das experiências sexuais passadas, a qualidade do relacionamento atual e as expectativas sexuais da paciente pode fornecer insights valiosos para o diagnóstico.
Tratamento das Causas Psicológicas e Emocionais da Dispareunia
O tratamento da dispareunia causada por fatores psicológicos e emocionais deve ser abordado de maneira holística:
1. Terapia psicológica
- Objetivo: Visa identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos associados ao sexo. Pode ajudar a paciente a desenvolver uma percepção mais positiva do sexo e a reduzir a ansiedade relacionada.
- Técnicas: Incluem técnicas de relaxamento e dessensibilização sistemática.
2. Terapia Sexual
- Enfoque: A terapia sexual é conduzida por profissionais especializados e pode incluir sessões individuais ou com o parceiro. O foco está em melhorar a comunicação sexual, reduzir a ansiedade e explorar formas de aumentar o prazer sexual.
- Exercícios: Podem ser recomendados exercícios de sensibilidade e exercícios de relaxamento muscular para aliviar a tensão no assoalho pélvico.
3. Terapia de Casal
- Objetivo: Quando problemas de relacionamento são identificados como um fator contribuinte para a dor na relação sexual, a terapia de casal pode ser benéfica. Ajuda a melhorar a comunicação, resolver conflitos e fortalecer a intimidade emocional.
- Abordagem: A terapia de casal foca em construir uma compreensão mútua das necessidades e expectativas sexuais, além de abordar questões emocionais que possam estar interferindo na relação.
4. Apoio Psicológico e Emocional
- Apoio Contínuo: O apoio emocional de amigos, familiares e grupos de suporte pode ser vital para o processo de recuperação. Sentir-se compreendida e apoiada pode reduzir o impacto emocional da dor na relação sexual.
- Autoestima: Trabalhar na construção da autoestima e no desenvolvimento de uma imagem corporal positiva pode ajudar a aliviar a dor associada ao sexo.
5. Intervenções Educativas:
- Educação Sexual Positiva: Proporcionar educação sexual adequada pode ajudar a desmistificar a sexualidade, reduzir medos e ansiedades, e promover uma experiência sexual mais positiva.
- Workshops de Autoconhecimento: Atividades que incentivam o autoconhecimento e a exploração do próprio corpo podem ajudar a melhorar a resposta sexual e reduzir a dor na relação sexual.
Prevenção da Dor na relação sexual
- Educação Sexual:
- Informação Adequada: É essencial que as mulheres tenham acesso a informações precisas sobre saúde sexual, lubrificação e a importância da comunicação com o parceiro.
- Aconselhamento Premarital: O aconselhamento premarital pode ajudar os casais a entenderem as expectativas e necessidades sexuais uns dos outros.
- Cuidados de Saúde Regulares:
- Consultas Ginecológicas Regulares: Acompanhamento ginecológico regular pode ajudar a detectar e tratar precocemente condições que possam levar à dispareunia.
Importância de Buscar Ajuda
A dor na relação sexual é uma condição tratável, e as mulheres que sofrem de dispareunia devem buscar ajuda médica sem hesitação. É essencial “reconhecer que a dor na relação sexual não é normal” e que a intervenção precoce pode prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.
Conclusão
A dor na relação sexual é uma condição multifatorial que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres. É essencial que aquelas que experimentam dispareunia busquem ajuda médica para um diagnóstico e tratamento adequados. Através de uma abordagem multidisciplinar, é possível gerenciar e, muitas vezes, resolve-la, melhorando a saúde e o bem-estar geral das pacientes.